Introdução
Características dos lagos e sua localização
Metodologia
Elementos meteorológicos
Resultados obtidos
Introdução
A manutenção de peixes ao ar livre é sem dúvida o método mais ético,
conveniente, favorável e eficaz de todas as alternativas possíveis em
cativeiro.
É difícil conseguirem-se capacidades de água nem aquário sequer
comparáveis às dos lagos e se aliarmos à reconhecida vantagem obtida
pelo espaço o aproveitamento da luz solar ou das restantes condições
ambientais... temos a conjugação perfeita para a recriação em cativeiro
do ambiente natural dos nossos peixes.
Por divergências climatéricas com as regiões da sua proveniência,
infelizmente muitas espécies só podem ser mantidas no exterior, em
determinadas latitudes, durante uma parte do ano, caso contrário, a sua
própria sobrevivência fica seriamente ameaçada por temperaturas
demasiado elevadas no Verão ou, mais vulgarmente, fatalmente baixas
durante Inverno.
Comparativamente com o presente, em 1983 o mercado da aquariofilia em
Portugal era mais pobre em oferta, ( tanto na qualidade dos peixes
importados como da quantidade de espécies disponibilizadas, ou no número
de lojas e na qualidade do serviço prestado por muitas delas ).
O uso da Internet não estava de forma alguma generalizado naquela época
e a troca de experiências entre aficionados, ( nomeadamente os que
residissem fora dos grandes centros urbanos), era escassa.
Particularmente nas zonas rurais, também raro era o número de pessoas
que mantinham nessa altura um ou vários aquários, sendo ainda mais
frugal a quantidade daqueles que superavam um ano na manutenção de
peixes. Todo este insucesso se devia às más experiências por falta de
apoio ou de informação, mas principalmente por má preparação dos
lojistas, sobretudo nos pequenos centros populacionais.
Ainda assim havia uma certa “ comunidade “ de aficionados que se
conheciam, muitas vezes nas lojas, ou eram apresentados entre si por
outros colegas, os quais, trocavam impressões e constituíam, a par com a
escassa literatura, a principal fonte de conhecimento para o
principiante.
Como seria expectável na transmissão oral de conhecimento, circulavam
entre estes entusiastas dos peixes muitos rumores e algumas falsidades
sobre a biologia de certas espécies ou sobre as questões de natureza
técnica.
Entre as mais populares lendas, haviam algumas particularmente
intrigantes, como os murmúrios sobre espécies disponíveis no comercio
que toleravam os Invernos do nosso clima, mormente fossem vendidas como
peixes tropicais e recomendados “ apenas “ para aquários “ aquecidos “,
isto é, mantidos todo o ano a temperaturas superiores a 21ºC.
Impulsionado por uma diminuta oferta composta por apenas 2 ( sim duas )
espécies de “ peixes de água fria “, ( ou seja, resistentes aos rigores
do nosso Inverno no exterior ), resolvi testar alguns dos muitos “ mitos
urbanos “, tidos como confidenciais, mas que no entanto se difundiam
largamente entre os aquariófilos “ provincianos “.
Assim sendo, resolvi investir em algo mais do que as tradicionais
alternativas, isto é, as estirpes domésticas de Carassius auratus e
Cyprinus carpio, ( de qualidade muito duvidosa, diga-se em total abono
da verdade ).
Dessa forma decidi ser original no povoamento de um dos modestos “
charcos “ de jardim que, à revelia do meu pai, proliferavam no fundo do
quintal.
Não querendo recorrer a espécies nativas por motivações ambientalistas,
( até porque na altura os meus conceitos estéticos me impeliam no
sentido de possuir algo mais colorido do que os tons pouco sedutores
oferecidos pelos nossos peixes autóctones ), as primeiras opções foram
dois invasores – Gambusia holbrooki ( como sempre a prevalecer a minha
tendência para os ovovivíparos ) e Lepomis gibbosus ( esta pela
coloração e por a contemplar como uma espécie algo alternativa aos meus
apreciados Ciclídeos tropicais, mas resistente ao clima local ).
As tentativas de inovação com os ditos “ peixes de água quente “ no
exterior começariam apenas no Verão de 1983.
Escolhidas criteriosamente, as espécies Tanichthys albonubes e Danio
rerio, por serem das mais acessíveis e constituírem, ao mesmo tempo, dos
mais óbvios ou inabaláveis exemplos alternativos às tradicionais duas
opções vendidas para os inenarráveis globos de vidro...
Não fora a intensa e evidente actividade predatória de que foram alvo
esses primeiros colonizadores “ tropicais “ e nunca me teria
disponibilizado a eliminar as espécies detectadas como responsáveis pela
sua progressiva eliminação do lago onde a primeira experiência viria a
ter lugar.
Assim comecei por retirar os admirados exemplares de Lepomis gibbosus e
sua descendência. Em seguida foi o infindável trabalho para extrair o
considerável grupo de Gambusia holbrooki, culminando, mais tarde, até
mesmo na transferência das carpas ( Cyprinus carpio ) para outro lago.
Dessa forma e após um novo reforço com a reintroduzição de exemplares
das duas espécies escolhidas para o primeiro teste nesse mesmo lago em
Setembro de 1983, viria a descobrir assombrado, na Primavera seguinte (
de 1984 ), que de facto alguns dos “ mitos urbanos “ tinham bastante
fundamento; apesar de nessa altura não compreender muito bem como é que,
por exemplo, um peixe tropical da Índia ( Danio rerio ) podia resistir
ao arrefecimento do nosso longo Inverno.
Aqui surgiu logo a minha primeira dúvida... afinal a que temperaturas
mínimas podia chegar um lago de jardim no período mais frio do ano ?
Não é que no início isso fosse realmente importante.
Por um lado, o desconhecimento sobre a biologia ou sobre as origens
claras dos escassos peixes “ tropicais “ que eram mais frequentes no
mercado, impediam-me de saber quais o potenciais candidatos ou os mais
indicados para incluir nesta experiência, por outro, mesmo que o
soubesse... continuava a desconhecer os limites a respeitar e, mais
importante do que isso, a real duração das épocas do ano favoráveis e
desfavoráveis à manutenção das espécies candidatas à experiência.
Impelido por essa curiosidade comecei a fazer leituras de temperatura da
água semanais mas, em poucos meses, logo se tornou demasiado evidente
que essas observações teriam que ser pelo menos diárias.
Entre alguns fracassos, resultado de lamentáveis ( mas compreensíveis )
mortalidades causadas pelo frio em resultado de más escolhas feitas com
certas espécies; esta prática cedo exigiu a rápida adopção da
metodologia que veio a proporcionar os resultados que a seguir se
transcrevem.
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Panorâmica do Lago 1.
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Características dos lagos e sua localização :
Lago 1
O lago que esteve sob observação no período compreendido entre Janeiro
de 1985 e Dezembro de 1995 tinha um formato rectangular com 4 metros de
largura por 8 metros de comprimento, estando orientado, no seu eixo
maior, na direcção Norte/Sul.
A profundidade era de 60 cm, o que perfazia uma capacidade de água
rondando os 19 m3 ( 19.200 litros ).
O modelo de construção era externamente simples. Uma simples cavidade
feita à medida era aprofundada no terreno e depois revestida com um
filme de polietileno flexível ( PVC ) de 0,18 mm de espessura.
O baixo preço aliado às suas óptimas propriedades estruturais tornaram
este material na escolha exemplar para esta aplicação ( prevista para
ser de curta duração ), mas esta preferência apresentava como principal
inconveniente a necessidade de remoção do plástico e reinstalação do
lago periodicamente, conforme a degradação do material.
De facto, este composto revelou-se bastante sensível à foto-oxidação
quando exposto à luz solar, sofrendo degradação e transformações nas
suas propriedades físicas, o que lhe proporcionava uma longevidade de
escassos anos.
A copa das árvores mais próximas, localizadas a Sul, diminuam a
exposição à luz do Sol entre o final de Outubro e o final de Março, o
que fazia decair a área exposta à insolação directa para menos de metade
da superfície total do lago no solstício de Inverno.
Este lago estava integralmente desprotegido em relação à acção do vento.
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Panorâmica do Lago 1.
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Panorâmica do Lago 2 na sua primeira fase, antes do ano 2000 ( Inverno
).
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Lago 2
Entre Janeiro de 1996 e Dezembro de 2006, por motivos relacionados com a
ocupação dos terrenos, outro lago, o qual ainda hoje está em
funcionamento, passou a ser submetido a esta colheita diária de
temperaturas.
Também tem um formato rectangular mas as suas medidas são de 3 metros de
largura por 7 metros de comprimento, orientado no seu eixo maior na
direcção Este/Oeste.
A profundidade é de 90 cm, pelo que em termos de capacidade de água o
seu valor é relativamente próximo do anterior, ou seja, quase 19 m3 (
18.900 litros ).
O modelo de construção utilizado era igual ao anterior e na primeira
fase ( 1996 - 2000 ) utilizou-se o mesmo tipo de material de
revestimento e impermeabilização mas, com o advento de novas ofertas no
mercado para a cobertura de estufas, foi-se optando por membranas cada
vez mais duráveis e resistentes ao raios ultravioleta, aumentando-se dessa forma a
resistência à degradação causada pela exposição ao Sol e a consequente
durabilidade das montagens.
Numa fase posterior, nomeadamente a partir do ano 2000, passou a ser
utilizado, como sistema de impermeabilização, um material próprio para
lagos de jardim, a tela de borracha EPDM com 0,8 mm de espessura, a qual
perdura até esta data.
Este produto demonstra ser ecologicamente muito seguro e apresenta muito
maior durabilidade do que o filme de PVC.
Até 1999 altura a copa das árvores mais próximas localizadas a Sul
diminuam a área de exposição à luz do Sol, designadamente entre o final
de Novembro e o final de Fevereiro, atingindo até cerca de 50% menos por
altura do solstício de Inverno. Com o abate das referidas árvores para a
construção de um parque de estacionamento para automóveis nos terrenos
limítrofes, este lago ficou integralmente desprotegido em relação à
insolação e à acção do vento durante todo o ano a partir dessa altura.
Ambos os lagos se localizam num terreno situado em Vila Nova de Santo
André, numa quadrícula situada nas coordenadas geográficas 38º03’ N e
08º46’ W. Esta localidade pertence ao Distrito de Setúbal, Concelho de
Santiago do Cacém ( freguesia de Santo André ), no Sul de Portugal.
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Panorâmica do Lago 2 na sua segunda fase, após o ano 2000 ( Inverno ).
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Metodologia :
Para a leitura das temperaturas foram usados dois termómetros de mercúrio numa
primeira fase ( entre Janeiro de 1985 e Dezembro de 1996 ).
Para não falsear os resultados, as eventuais divergências ocorridas nestes dois termómetros foram
conferidos com um termómetro electrónico, tendo sido os resultados
actualmente apresentados submetidos à respectiva correcção de desvio e
uniformização, ( nomeadamente entre os 0ºC e os 40ºC ).
Estes primeiros dois termómetros permaneciam mergulhados na água ( a
flutuarem à superfície ), e eram apenas retirados para a leitura das
temperaturas por breves segundos, aquando da colheita dos dados.
As leituras eram feitas geralmente entre as 8:00 e as 9:30 ou, muito
raramente entre as 18:00 e as 19:00, dependendo da disponibilidade
pessoal ou das condições atmosféricas.
A esmagadora maioria das medições teve pois lugar no período da manhã,
embora algumas escassas leituras tenha sido efectuadas no fim da tarde
por motivos de força maior.
A partir de Janeiro de 1999 até Dezembro de 2006 passou a ser utilizado
um aparelho digital electrónico - Hanna Instruments HI 8424 ( pH, mV, ºC
). Os resultados obtidos através
deste termómetro também foram uniformizados com os anteriores, graças ao
uso do mesmo instrumento de aferição utilizado com os primeiros.
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Elementos meteorológicos :
Segundo dados fornecidos por vários trabalhos científicos implementados
na Lagoa de Santo André, ( distante apenas 2.500 metros em linha recta
), o clima local tem as características que se descrevem a seguir,
segundo uma das fontes consultadas - ( CEZH / RNLSAS 2004. Reserva
Natural das Lagoas de Santo André e Sancha - uma contribuição para o
plano de gestão. Instituto da Conservação da Natureza / Centro de Zonas
Húmidas ).
« De forma muito geral, pode descrever-se o clima desta área como sendo
de características mediterrânicas, com forte influência marítima -
verões não muito quentes, prolongados, com fraca precipitação, e
Invernos suaves, curtos, com precipitação moderada e com preponderância
nos meses de Dezembro e Janeiro, ( Pinto, 1995 apud CEZH / RNLSAS 2004,
pág. 25 ).
Junto ao litoral a ocorrência de neblina ( visibilidade entre 1 e 2 km
) é, em média, de 90 dias por ano, registando-se nevoeiros (
visibilidade inferior a 1km ) durante 28 dias por ano.
Os ventos predominantes são do quadrante NW e a insolação é elevada, (
Pinto, 1995 apud CEZH / RNLSAS 2004, pág. 25 ).
De acordo com o Plano de Bacia Hidrográfica ( PBH ) do Sado, a
precipitação média anual ponderada é de 621 mm. O valor médio da série
da temperatura média anual ponderada é de 15,9ºC, sendo os meses de
Julho e Agosto os mais quentes, com 22,6ºC, e o mês de Janeiro o mais
frio, com 9,6ºC.
O valor médio da série da temperatura máxima anual ponderada é de
21,9ºC, com valor máximo de 30,5ºC em Agosto e valor mínimo de 14,4ºC em
Janeiro.
O valor médio da série da temperatura mínima anual ponderada é de
9,8ºC, com valor máximo de 14,8ºC em Julho e valor mínimo de 4,8ºC em
Janeiro.
Os dados de insolação anual ponderada, para toda a área da Bacia
Hidrográfica do Sado é de 2.745 horas, sendo o mês de Julho o de maior
insolação, com 357 horas, e o mês de Dezembro o de menor insolação, com
142 horas, ( PBH do Sado 1999 apud CEZH / RNLSAS 2004, pág. 26 ).
Na área descrita, a insolação é elevada e correspondente a cerca de 57%
do máximo possível para a respectiva latitude, registando-se em Santiago
do Cacém 2.976 horas/ano.
Os ventos são predominantes do quadrante NW, independentemente da
distância ao litoral e da orografia.
A velocidade média do vento varia entre 13 km/hora em
Setembro e cerca de 19 km/hora em Fevereiro e Maio. A média anual é de
16,7 km/hora.
A evapotranspiração de referência média anual ponderada na Bacia
Hidrográfica do Sado é de 1.144 mm, sendo Julho o mês onde se observam
valores mais elevados, de 183 mm, e Dezembro o mês com valores mais
baixos, de 29 mm, ( PBH do Sado 1999 apud CEZH / RNLSAS 2004, pág. 26 )
».
Informação relativa a uma das estações meteorológicas que abrangem a RNLSAS retirada da fonte citada - ( CEZH / RNLSAS 2004. Reserva Natural
das Lagoas de Santo André e Sancha, uma contribuição para o plano de
gestão. Instituto da Conservação da Natureza / Centro de Zonas Húmidas
).
Dados fornecidos pelo Instituto de Meteorologia de Lisboa, Novembro de
1995. Segundo Alcoforado et al., 1993, ( Farinha & Silva 1997 apud CEZH
/ RNLSAS 2004, pág. 26 ).
Estação Meteorológica de Monte Velho
Localização - 38º04’N 08º48’W
Altitude - 17 metros
Período - 1973-1986 e 1971-1990
Temperatura média anual
Mínima - 10,0ºC
Máxima - 20,3ºC
Temperatura média mês mais quente
Mínima - 13,8ºC
Máxima - 25,1ºC
Temperatura média do mês mais frio
Mínima - 5,9ºC
Máxima - 15,8ºC
Precipitação média anual - 523,4 mm
Índice de Emberger - 94,5 mm
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Resultados :
Longe de se poder considerar um trabalho com rigor científico ou com
relevo climatológico, esta continuada recolha de temperaturas
permitiu-me ter uma ideia razoável das condições locais para a
manutenção de peixes em lagos de jardim.
Para além dos registos anuais que em seguida se disponibilizam, a
informação recolhida ao longo destes anos permitiu conceber uma ideia
muito aproximada da realidade.
Seguem-se alguns gráficos com os dados obtidos.
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Figura 1 – O gráfico apresentado representa a evolução térmica anual de
acordo com o historial dos parâmetros recolhidos ao longo dos dois
períodos em que foram realizadas as colheitas de dados sobre a
temperatura da água nos lagos de jardim.
Entre as duas
linhas a negrito, ( exibindo uma gradação cromática entre o azul e o
vermelho ), encontram-se os limites dos valores térmicos expectáveis
para cada época do ano.
Entre as duas
linhas mais finas podemos encontrar os valores extremos, isto é, os
limites absolutos ( máximos ou mínimos ) registados, os quais ocorrem
raramente, ultrapassando nessas alturas os valores que habitualmente
sucedem em condições meteorológicas consideradas regulares ou habituais.
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Figura 2 – Quando se aborda o regime térmico de um lago de jardim, temos
que ter em consideração que essa relativamente pequena porção de água é
equivalente a um charco na natureza, ou seja, dado o seu reduzido volume
de água ( e por vezes baixa profundidade ), há uma tendência notória
para as flutuações acentuadas ( e bruscas ) na temperatura, acompanhado
relativamente de perto a evolução térmica do ar.
Ao compararmos o
historial recolhido através desta experiência, podemos facilmente
verificar nos lagos de jardim uma mais acentuada amplitude térmica,
comparativamente aos corpos de água naturais da região, ( ribeiras da bacia hidrográfica
da Lagoa de Santo André - cujas
temperaturas fazem parte da faixa cinzenta ).
É particularmente
evidente em alguns períodos do ano, que as temperaturas mínimas no lago
de jardim são visivelmente mais baixas do que as registadas nas ribeiras da região, enquanto que noutros são visivelmente mais
elevadas.
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Figura 3 - O gráfico a que se refere esta figura é uma composição
diferente da figura 2, na qual se assinalam os períodos do ano em que
tendencialmente as temperaturas mínimas do lago são menos elevadas (
azul ) e as máximas mais elevadas ( vermelho ) do que as que se registam
na natureza.
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Figura 4 – O gráfico com os valores extremos mostra-nos, em cada ano,
quais foram as temperaturas mais baixas e as mais elevadas ocorridas
durante os respectivos 365 dias.
O mínimo absoluto,
5,5ºC foi atingido no dia 24 de Janeiro de 1992 ( 8:04 ) e o máximo
absoluto registado foi de 34ºC no dia 18 de Julho de 1991 ( às 18:27 ).
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Figura 5 - A temperatura média anual, durante os dois períodos da
recolha de dados, variou entre os 17ºC, em 1993 e os 18,8ºC de 1989,
sendo a média da época em análise de 18ºC.
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Figura 6 – Este gráfico transmite-nos a informação sobre as
potencialidades de cada ano em relação à manutenção de espécies não
nativas, com particular incidência na conformidade do período favorável
às oriundas de climas mais quentes.
Através das barras
vermelhas, podemos compreender o período em que os peixes tropicais
puderam ser conservados no exterior sem enfrentarem problema algum para
a sua sobrevivência, ou seja, a quantidade de dias em que se registaram
temperaturas superiores a 20ºC.
Todos os anos em
que esse número se situa dentro da zona amarela ( mais de 100 dias ),
poderemos considerá-los como óptimos. Quanto maior for o número de dias
potencialmente adequado à manutenção dos peixes ao ar livre, melhores se
revelaram as condições de manutenção dos mesmos, o que tem reflexos ao
nível da saúde e da demografia dos grupos mantidos em cativeiro.
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