Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos

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Reprodução de Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos em cativeiro



Introdução

Como criar uma conjuntura favorável para a reprodução ?

Onde e como conseguir um ambiente favorável para permitir a reprodução ?

E depois do parto ?


Introdução


Entre os aficcionados da aquariofilia o parâmetros de sucesso é ainda, infelizmente na maior parte das vezes, medido pela capacidade de  reprodução das espécies mantidas.

Sendo as espécies ovíparas e ovulíparas consideradas mais problemáticas ( devido ao contratempo de algumas serem muito exigentes para efectuarem posturas e à dificuldade de sobrevivência das sua crias minúsculas ), muitos aquariofilistas iniciam-se pelas espécies ovovivíparas mais vulgares no mercado.

Devido a esse facto, para muitos está fora de questão especializarem-se nas espécies ovovivíparas, pois são consideradas um desafio demasiado elementar e são vistas apenas como peixes para principiantes, o que é considerado um estatuto demasiado irrelevante para os mais ambiciosos.

A esmagadora maioria das pessoas começa por cobiçar um aquário representativo dos recifes de coral dos mares tropicais, mas acabam por se contentar com uma “ cópia “ menos exigente com espécies de água doce muito coloridas, nem que para o efeito tenham que ser cometidos erros básicos e atentados graves à aquariofilia sustentada.

Quando grande parte destes aficcionados conseguem ultrapassar a fase crítica dos vulgares e frequentes insucessos iniciais e se radica definitivamente neste maravilhoso passatempo por longos anos,  acabam por descobrir outros atractivos nas comunidades representativas de uma determinada família de peixes ou de um determinado ecossistema, desistindo mesmo da ideia inicial do aquário tropical marinho.

Ainda assim, poucos são aqueles que, mesmo tendo adquirido uma experiência considerável e um conhecimento acima da média, desistem da ideia absurda segundo a qual todos os ovovivíparos são peixes de menor importância apenas adequados para os iniciados.

De facto, somente uma minoria vem a descobrir que a manutenção e reprodução de alguns ovovivíparos e de quase todos os vivíparos se revela tão exigente como qualquer outra categoria de peixes ou de espécie considerada muito delicada ou difícil de manter e de procriar.

O que não se pode de facto ignorar é o avanço em termos evolutivos das formas de reprodução adoptadas por estas espécies de Cyprinodontiformes, a qual, por se revelar tão eficaz, permitiu a muitas delas conquistarem nichos ecológicos e ecossistemas que dificilmente outras conseguiriam, nomeadamente através de formas de reprodução ovípara ou ovulípara.

Os exemplares de algumas das variedades domésticas mais vulgares encontradas no mercado, apenas se tornaram peixes “ fáceis “ de reproduzir, porque aliam uma forma de multiplicação avançada com uma baixíssima exigência em termos ambientais, tornando-se assim extremamente prolíficos e acessíveis mesmo aos menos preparados.


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Como criar uma conjuntura favorável para a reprodução ?


Em primeiro lugar, não podemos desprezar, como regra elementar, o condicionamento.

Este é invariável para qualquer espécie, independentemente da forma de reprodução adoptada e da sua biologia.

Por condicionamento entenda-se um conjunto de procedimentos e de condições ambientais criadas para incentivar ou criar as condições necessárias à procriação dos peixes.

Nesta fase há que distinguir as espécies de vivíparos e de ovovivíparos com ciclos reprodutivos sazonais, isto é, aquelas que só se reproduzem num determinado período do ano ou mediante determinadas condições específicas no seu habitat, e as restantes, ou sejam, todas as que na natureza não apresentam uma estação específica para proliferarem e o fazem continuamente sempre que estejam reunidas as suas necessidades básicas para o efeito.

A sazonalidade na procriação está geralmente condicionada pelo clima ou pela relativa abundância de alimento, assim como outros factores secundários e menos estudados como as variações ambientais, nomeadamente em locais sujeitos a cheias ou secas periódicas, por exemplo.

Alguns factores como a influência da temperatura ou a abundância de alimento são fáceis de prever e de compreender, porém outras condicionantes como a influência de ténues alterações na química da água e estímulos menos bem estudados como a influência da pressão atmosférica, das fases do ciclo lunar, do efeito das chuvas, da luminosidade ou da razão entre o dia e a noite, entre muitos outros, já são mais difíceis de perceber ( e sobretudo de simular em cativeiro ). 

Mais complexo ainda é ainda avaliar e identificar as combinações certas ou desejáveis da combinação simultânea destes factores.

Infelizmente apenas se podem avaliar com segurança e algum conhecimento de causa as necessidades das espécies mais populares, pelo que nesta matéria teremos que generalizar e esperar que as espécies menos conhecidas reajam bem àquilo que demonstra dar bons resultados com outras mais usuais nos aquários.

Quase todos os Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos se caracterizam por uma prolificidade considerável e por um método reprodutivo avançado, o qual é biologicamente mais imune às condições ambientais ou outras que condicionam o sucesso a outras formas de reprodução, contudo, embora mais propensos a uma multiplicação mais acessível evidenciam ainda assim algumas necessidades básicas comuns aos restantes peixes.

Para melhorar as taxas de sucesso ou simplesmente conseguirem-se algum resultado ( nomeadamente com as espécies que não são muito prolíficas ou não estão ainda ambientadas à vida em aquário ), há que considerar o seguinte :


a) Uma das principais garantias para a reprodução dos Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos é a escolha de peixes saudáveis e jovens, ( de preferência no melhor período da sua fertilidade ).

Particularmente no caso das espécies de reprodução contínua ou nas de curta longevidade, quanto mais jovens forem as fêmeas maduras mais crias podem gerar e menores serão probabilidades de complicações durante a gestação e parto.

No que diz respeito aos machos, quanto mais jovens estes forem mais viáveis são as suas células reprodutoras e o seu vigor no acasalamento.

Em algumas variedades domésticas, devido à selecção artificial os machos apresentam barbatanas extremamente desenvolvidas, as quais lhes dificultam ( ou mesmo lhes impossibilitam ) o acasalamento e a fertilização das fêmeas, pelo que os criadores industriais socorrem-se de técnicas pouco aconselhadas de fecundação artificial ou usam apenas animais muito jovens, ( os quais sendo já sexualmente maduros ainda não apresentam as suas exuberantes longas barbatanas características dos mais desenvolvidos ).

Evidentemente que na impossibilidade de se arranjarem reprodutores jovens temos que nos contentar com os que encontrarmos.

Infelizmente alguns exemplares comercializados não são propriamente jovens e já terminaram a eficácia reprodutiva considerada economicamente viável para os criadores industriais, por isso são colocados à venda ( e apesar disso os preços nunca são mais acessíveis ).

Tão importante como a juventude dos peixes utilizados na reprodução é o seu estado de saúde.

Alguns sintomas são desconhecidos dos aficcionados e por essa razão estes não percebem porque é que os seus peixes não se reproduzem, embora se tenham esforçado por criar todas as condições conhecidas para garantirem  a  sua procriação.

Por outro lado, as doenças não fisiológicas, como o stress, são muitas vezes ignoradas pois são difíceis de diagnosticar, mas acabam por vir a revelarem-se responsáveis por consequências calamitosas ao nível da gestação e parto.

Algumas patologias menos graves permitem ainda assim aos peixes continuarem a reproduzirem-se, mas nesse caso o número de crias por gestação é menor, os recém nascidos são mais fracos e vulneráveis e as probabilidades de complicações durante a gestação ou mesmo durante o parto são mais frequentes.


b) Outro ponto importante são as condições ambientais.

Até mesmo para os animais descendentes daquelas espécies que são mantidos em cativeiro há muitas gerações, o condicionamento com vista à reprodução deve passar por preocupações acrescidas com a qualidade da água, mas sobretudo com as exigências físico-químicas apropriadas à respectiva biologia.

Este requisito pode ser consideravelmente difícil de alcançar. Em primeiro lugar porque a maioria dos aquariofilistas apenas têm acesso a água canalizada, e em segundo lugar porque a recriação das características químicas das águas do habitat de origem pode exigir conhecimentos ou meios inatingíveis para muitos.

Actualmente quem usa nos seus aquários água proveniente da torneira, corre ainda riscos suplementares de envenenamento ou contaminação dos organismos vivos mantidos em aquário devido aos produtos adicionados à água potável e a vestígios deixados no seu percurso até à torneira.

De facto é possível descobrir-se uma notável quantidade de elementos prejudiciais à vida nas aguas domésticas, os quais resultam da adição de produtos químicos para a tornarem bebível ou de vestígios deixados pelas canalizações e até por fontes de radiação no processo da recolha à distribuição.

Ainda assim, sem dramatizarmos esta condição nem desmotivarmos os potenciais candidatos à criação de Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos convém contudo deixar bem claro que, mesmo quando estamos a falar de exemplares aclimatados ao cativeiro, devem ser feitos os maiores esforços ao alcance de cada um para se conseguir a melhor água possível, ( quer em termos químicos, quer em termos de pureza ).

Para além das características da água e a respectiva qualidade, deve ser feito o que estiver ao nosso alcance para ser proporcionada aos peixes reprodutores uma gama de temperaturas que situe dentro dos valores ideais para a espécie, respeitando, sempre que possível, as amplitudes térmicas, nomeadamente idênticas àquelas que ocorrem na natureza durante a estação oportuna para a procriação.

Peixes mantidos todo o ano à mesma temperatura não reconhecem uma época de reprodução, ( para além dos efeitos negativos que esse facto acarreta para a saúde dos indivíduos ). Mesmo os animais provenientes de regiões situadas próximas do equador enfrentam alguma amplitude térmica mensal e anual, ( senão mesmo diária ).

Quando não existe sazonalidade ou ciclo de reprodução, o número e duração das gestações, a taxa de fecundação, a quantidade de crias nascidas por parto e a própria actividade sexual tendem a diminuir nas alturas do ano menos favoráveis, sofrendo flutuações por vezes consideráveis, pelo que deverão ser imitadas as estações do ano em cativeiro.

Nos climas mais temperados, as flutuações diárias ou os extremos podem representar uma escala de amplitude considerável, pelo que a reprodução dos peixes daí provenientes em aquário beneficia de um período de preparação anterior ao condicionamento onde os peixes são submetidos a temperaturas mais baixas.

Caso as espécies de climas temperados não sejam submetidas a um período de condições mais frias antes da época de reprodução, podem não conseguir desenvolver as condições fisiológicas que lhes permitam produzirem um número de crias por parto normal, dando origem a recém nascidos fracos, com elevadas taxas de mortalidade infantil acompanhadas por complicações no período de gestação, quando este tem lugar.

Em alguns casos, deve ainda ser tida em consideração uma variação do nível de salinidade, à imagem do que acontece na natureza nos locais de origem de uma determinada população ou espécie fica sujeita a tais variações sazonais.

Para cada caso em particular, são fornecidas algumas pistas nos perfis destinados às espécies descritas neste sito, porém essa informação sumária não dispensa uma pesquisa sobre as condições ambientais do ecossistema de origem ao longo do ano.


c) Indispensável no condicionamento é uma dieta adequada e em maiores quantidades diárias.

Algumas espécies de reprodução contínua na natureza podem mesmo passar por interrupções sazonais impostas apenas por variações na disponibilidade ou no tipo de alimentos disponíveis na dieta dos adultos ou das crias.

Ainda que as variedades domésticas desenvolvidas por selecção artificial em cativeiro à inúmeras gerações continuem a procriar, mesmo quando são alimentadas exclusivamente por flocos de alimentos liofilizados industriais, ( vulgo comida seca ), essa dieta é muito pobre, completamente ineficaz e desaconselhada para a reprodução dos exemplares das variedades selvagens.

Como consequência de uma dieta desprovida do essencial e desequilibrada na composição, os peixes que mesmo nessas condições se multiplicam acabam por começar a transmitir às gerações seguintes debilidades e problemas de saúde crónicos resultantes das carências alimentares.

Uma das maiores motivação para a qualidade da dieta fornecida aos reprodutores não é tanto o estímulo para o acasalamento através do amadurecimento das células sexuais e do acumulo de reservas energéticas, ( como nas espécies ovíparas e ovulíparas ), mas sobretudo a criação de circunstâncias fisiológicas para proporcionarem recursos suplementares aos animais sexualmente activos.

Outra vantagem é facultar às gestantes dos vivíparos as melhores condições para poderem fazer crescer dentro de si embriões saudáveis e bem desenvolvidos, ampliando as possibilidades de sobrevivência aos recém-nascidos.

O desgaste e o esforço a que o organismo das fêmeas grávidas está sujeito durante a gestação não deve ser ignorado. As que forem alimentadas com uma dieta equilibrada recuperam mais rápida e espontaneamente após o parto as outras...

De forma geral, não podemos efectivamente ignorar o efeito espantoso que uma simples mudança da dieta para melhor pode trazer em termos de apetite sexual dos peixes e até da respectiva fertilidade.

Espécies preparadas ao longo de milhares de ano de evolução para reagirem a uma subida abundância de alimento e melhores condições de vida, demonstram logo em termos demográficos a diferença entre a manutenção em condições apenas suportáveis e um condicionamento onde, para além de todos os outros factores, não falte uma importante melhoria na qualidade da dieta.

Para além da melhoria da qualidade do regime alimentar, os peixes submetidos a um processo de condicionamento ou lotes de reprodutores em plena actividade reprodutiva devem receber doses suplementares de comida.

A ideia é manter a mesma quantidade de cada dose ministrada, ( a fim de se evitar a poluição da água e o desperdício ), mas investir mais na frequência e na qualidade das doses ministradas, isto é, uma maior variedade de alimento mas a mesma quantidade de cada vez, ( apenas mais doses ao longo do dia e a intervalos menores entre elas ).


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Onde e como conseguir um ambiente favorável para permitir a reprodução ?


Quando a capacidade do aquário e a composição da respectiva fauna assim o permitem, os Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos multiplicam-se quase sem necessitarem da intervenção humana, por isso são considerados peixes de reprodução fácil e adequados a principiantes.

Não existe segredo nenhum nesta prática e os conselhos que se seguem deverão ser a opção primordial de todos os aquariofilistas conscientes.

Porém, como nem sempre é concretizável conceber um aquário simultaneamente expositivo mas ao mesmo tempo local de reprodução de várias espécies, é necessário optar por outras soluções.

O modelo que mais se aproxima dessa estratégia é sem dúvida o aquário mono-espécie, ou aquário colónia, isto é, no qual apenas vive uma única espécie de peixe. Eventualmente poderão aí conviver também várias espécies de invertebrados adequados a esta opção.

Já o denominado aquário comunitário, que se tornou em pouco tempo a forma de aquariofilia mais popular, só muito raramente permite a salvaguarda de das crias aí nascidas, a não ser que a escolha das várias espécies que nele coabitam seja feita de forma muito ponderada.

Perante estas limitações surgiram no mercado vários tipos de gaiolas usadas para separar as fêmeas de ovovivíparos em gestação e permitir a sobrevivência ao maior número de crias neste tipo de aquários.

Mesmo que se consigam aí colocar as futuras mães apenas a poucos dias ( ou até a poucas horas do parto ), essa atitude é completamente condenável, tanto sob o ponto de vista moral e ético como à luz da aquariofilia sustentável ou dos actuais conhecimentos sobre a biologia destas espécies.

Em primeiro lugar, só com muita experiência ( e uma grande dose de sorte ) é que se reconhece a altura em que um parto está eminente. Embora se leia habitualmente que para uma determinada espécie o período de gestação seja de tantos dias, isso só é metade da verdade.

De facto, em condições “ ideais “ de habitat e com um bom condicionamento, os peixes completam mais ou menos esse termo.

Pelo simples facto de mudarmos as futuras mães para um local inadequado como uma das referidas jaulas, algumas delas conseguem retardar o momento do parto por bastante tempo, ( tal como fariam na natureza em presença de um acontecimento que pusesse em causa a sobrevivência das crias ou a sua própria integridade física ).

As maternidades de gaiola, revelam-se assim autênticas câmaras de tortura, mesmo para as raras espécies que a elas se vão adaptando, ostentando ainda como principais desvantagens o aumento das probabilidades de partos prematuros ou muito prolongados, a angústia às fêmeas ( com consequências graves na sua imunidade e gestação ), a poluição da água através dos alimentos industriais não consumidos e sem dúvida contribuem comprovadamente para aumentar o canibalismo e a agressividade.

Para solucionar esta questão do espaço, e tendo em consideração que existe algum investimento de recursos necessário no condicionamento dos potenciais reprodutores, temos pelo menos as seguintes alternativas :


1) O aquário comunitário apropriado para a reprodução.

Para muitos esta ideia é uma utopia mas trata-se da única solução viável para a maioria dos que vivem em pequenos apartamentos das grandes cidades. Para outros, por pendência de ordem familiar ou de outra qualquer razão, possuir mais do que um aquário está fora de questão.

Esta opção pode contudo vir a tornar-se exequível para muitas das espécies conhecidas de Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos se forem tomadas algumas medidas elementares.

Em primeiro lugar, deve ser feita uma escolha criteriosa das espécies que vão conviver no mesmo espaço.

Está completamente posta de parte a tradicional configuração com peixes de vários tipos e nomeadamente dos vários continentes, escolhidos aleatoriamente pelo seu aspecto.

Como é fácil de prever, a inclusão de predadores ou de animais que incluam no seu regime alimentar as crias destes e doutros peixes devem ser completamente banidos dos intuitos de reprodução de qualquer espécie, seja qual for o seu processo reprodutivo.

Por um lado esta selecção não é fácil, ( muitas vezes até pelo desconhecimento da biologia dos eleitos para fazerem parte de uma comunidade ), por outro lado há sempre a possibilidade de potencialmente alguns indivíduos fugirem à norma e enveredarem por esse tipo de dieta de um momento para o outro.

Tão ou mais importante a considerar é também o canibalismo.

Trata-se de um comportamento desviante na maior parte dos casos ( quase sempre aliado a certas carências alimentares ), mas ainda assim espontâneo numa minoria de espécies.

Em segundo lugar, num aquário dito comunitário onde se queiram salvar pelo menos alguns recém nascidos e jovens, é necessário providenciar muitos refúgios para as crias casualmente perseguidas, ( seja pelos próprios pais e irmãos, seja por outros peixes ).

Convém ter a noção de que, pelo menos nos primeiros dias ou semanas, os pequenos seleccionam os seus refúgios de uma forma instintiva de acordo com a herança genética que lhes é transmitida. Alguns têm tendência para procurarem abrigo apenas entre as plantas flutuantes ou raízes submersas, outros refugiam-se dentro da vegetação subaquática densa ou em locais rochosos, outros ainda há que procuram locais resguardados perto da linha de superfície, onde a profundidade não ultrapasse escassos milímetros de água ( tal como acontece nas margens do seu habitat natural ), tudo dependendo do tipo de ambiente onde evoluiu a sua espécie ou população.

De toda a forma, perante uma ameaça à sua vida, seja qual for o tipo de abrigo os perseguidos procuram desesperadamente onde se resguardarem dos ataques de que são alvo, pelo que para permitir a sua sobrevivência convém providenciar locais inacessíveis aos eventuais perseguidores.

Em terceiro lugar, há que ter em conta a capacidade do aquário.

Por muito perfeita que seja a montagem, um aquário pequeno nunca proporcionará espaço vital para as crias escaparem nem oferecerá condições para suportar muitos indivíduos.


2) O aquário destinado a uma só espécie.

Este tipo de aquário pode ( e deve ) funcionar também como local de reprodução, nomeadamente no caso de espécies que respeitam as suas próprias crias em condições normais, ou daquelas em que o canibalismo não faz parte do seu comportamento instintivo.

Leia-se ainda tudo o que acima ficou escrito sobre o aquário comunitário em relação à criação de abrigos para alguma eventual ameaça às crias.

Certas espécies oferecem-nos o interessante espectáculo de exibirem neste tipo de aquário várias gerações a conviverem em simultâneo.

O espaço assume aqui um papel ainda mais importante do que no aquário comunitário, devendo existir uma preocupação acrescida em adequar a capacidade em litros às exigências da espécie.


3) O aquário maternidade.

Classificam-se nesta categoria todos os locais preparados especificamente para alojarem as fêmeas em gestação até ao final do parto, independentemente de serem aquários típicos ou simples contentores de água.

Ao contrário das duas tipologias anteriores, o volume pode ser muito menor pois destina-se a alojar de preferência apenas uma fêmea de cada vez.

Por outro lado, quando menor for a respectiva capacidade maiores serão as dificuldades de gestão da qualidade da água.

A justificação para a montagem deste tipo de maternidade tem sobretudo uma relação íntima com o valor da espécie ou a sua raridade, mas também pode constituir a única forma de salvar as crias das espécies que manifestam maiores tendências para o canibalismo, para além de ser a alternativa mais lógica quando apenas se possui um aquário comunitário.

É fácil de compreender a necessidade de garantir a sobrevivência do maior número de crias quando estamos a pensar em espécies consideradas preciosas, ( como as que já se encontram extintas na natureza ou aquelas que muito raramente se encontram disponíveis no cativeiro ).

Quando mais efectivos puder ter uma população destes peixes menores serão os riscos de endogamia e mais rapidamente se pode difundir a espécie por um maior número de aficionados como medida elementar de segurança.

Outra justificação para este tipo de modelo são, como se viu, os casos dos instintos canibais no comportamento espontâneo de certas espécies, revelando-se muitas delas tão eficazes a eliminarem os seus próprios descendentes que não sobra outra escolha senão adoptar formas extremas para salvar ( pelo menos ) alguns recém nascidos.

Existem basicamente duas concepções típicas para o aquário maternidade, a montagem natural e a de barreiras mecânicas.

A montagem natural consiste quase numa miniatura do aquário comunitário ou do aquário destinado a uma só espécie, ( ver figura 1).

Trata-se de um recipiente com uma capacidade crítica adaptada às dimensões das fêmeas em questão, montado como se fosse um aquário decorativo. Evidentemente que a diferença principal será a criação de locais de fuga e refúgio para crias eventualmente perseguidas pela própria progenitora, ultrapassando-se as convencionais condicionantes estéticas dos aquários comunitários, pois a função não é decorar nem imitar a natureza, mas sim proporcionar uma forma prática de salvaguarda do maior número de recém-nascidos.

A base deste tipo de aquário pode ser coberta com uma fina camada de substrato com cerca de 2 a 3 centímetros de altura, particularmente no caso da vegetação utilizada necessitar impreterivelmente de um suporte onde fixar as raízes. Apesar de tudo, sempre que se opte pela utilização de plantas que não estejam dependentes de sustentáculo ou não tornem o assentamento essencial deve-se optar pelo fundo vazio ( limpo ).

A vantagem do fundo despojado é a facilidade de limpeza por aspiração, melhorando muito as condições de higiene. Ainda assim, por vezes a utilização de seixos redondos grandes ou mesmo berlindes ( desde que não sejam transparentes ), é vista por muitos criadores como essencial para servir de abrigo aos recém nascidos das espécies nas quais, os recém-nascidos instintivamente se dirigem logo para o fundo quando perseguidos pela progenitora.

Em termos muito elementares pode-se calcular a capacidade mínima do aquário maternidade multiplicando o comprimento da fêmea grávida por 4.16 para se obter o seu volume mínimo de água ( expresso em litros ). 

Para se ter uma ideia das exigências médias de acordo com as dimensões dos peixes, existe uma secção que pode ser consultada neste sítio, a qual não se aplica directamente a este tipo de situação específica em densidade de povoamento do aquário.



Legenda da figura 1 :


1 - plataforma de refúgio ( mezanino )

2 - vegetação aquática e flutuante

3 - tubo de aspiração de água do filtro exterior

4 - tubo de entrada de água vinda do filtro exterior

5 - pedra difusora de ar

6 - substracto de fundo ( ver texto )

Para a manutenção de uma qualidade excelente das condições de higiene e da qualidade da água, convém prever um ou vários tipos de filtragem, além de uma pedra difusora que promova um fluxo contínuo de bolhas de ar para fazer subir os níveis de oxigénio na água, ( nomeadamente durante a noite quando as plantas invertem o processo de respiração ). Lembremo-nos que este tipo de ambiente deverá ser em teoria profusamente plantado e que as fêmeas em gestação consomem maiores quantidades de oxigénio.

Sempre que sejam usados filtros exteriores é necessário ter o cuidado de prever uma protecção adicional na extremidade do tubo de recolha da água do aquário, a fim de se evitar a sucção de recém nascidos através da via de aspiração.

A montagem do aquário maternidade com barreiras mecânicas é concebida para proporcionar aos recém nascidos escapatórias seguras e eficazes, nomeadamente através de obstáculos que impeçam a passagem da progenitora para as áreas seguras ( ver figura 2 ).

Neste caso o cálculo da capacidade mínima faz-se multiplicando o comprimento da fêmea grávida por 5.12 para se obter o volume mínimo de água necessário expresso em litros. Esta diferença resulta da garantia de um espaço vital para a fêmea idêntico em ambos os casos, já que parte considerável do espaço disponível lhe está inacessível.

O modelo mais eficaz e aconselhado consiste na montagem de barreiras em forma de “ L ” na posição horizontal, permitindo a fuga a todos os tipos de crias, independentemente do respectivo instinto.

Em ambos os tipos de aquário maternidade, após o parto as fêmeas são imediatamente retiradas, servindo o mesmo como local apropriado para os primeiros estádios de desenvolvimento das crias durante o tempo recomendado mais adiante.

Na montagem natural retira-se grande parte da vegetação e dos refúgios, permitindo-nos assim um maior controlo visual sobre os peixinhos e mais espaço para o seu rápido desenvolvimento.

Na montagem de barreiras mecânicas, as mesmas são retiradas assim como toda a vegetação que não seja flutuante, o que permitirá uma melhor limpeza do fundo, melhorando as condições de higiene e diminuindo drasticamente a conjuntura para o desenvolvimento de doenças contagiosas.

Uma última chamada de atenção vai para o facto de que embora se denominem estas opções aquários maternidade, como se viu no início, é óbvio que pode ser utilizado qualquer tipo de contentor que sirva para o mesmo efeito, desde que permita a montagem dos sistemas necessários e possam conter o volume de água indispensável para a espécie em causa.



Legenda da figura 2 :


1 - barreiras mecânicas ( rede ou grade )

2 - vegetação aquática e flutuante

3 - tubo de aspiração de água do filtro exterior

4 - tubo de entrada de água vinda do filtro exterior


4) Lagos, tanques, reservatórios e outras opções de maior capacidade de água.

Mesmo que não se habite num país de clima tropical ou idêntico às exigências específicas destes peixes, há sempre uma oportunidade para o aficionado proporcionar aos seus animais espaço e circunstâncias próximas do óptimo... o que, por outras palavras, significam simultaneamente formidáveis condições para a sua multiplicação.

Mesmo as espécies que no seu habitat natural apresentam comportamentos canibais, em função da disponibilidade de espaço procriam espontaneamente, apresentando boas taxas de sucesso e fecundidade, quase sem necessitarem da intervenção humana nem de grandes dispositivos.

Nem só os produtores industriais usam locais com mais de 2.000 litros de capacidade por espécie para a reprodução em larga escala.

Alguns aficcionados compreendem rapidamente as vantagens de proporcionarem aos seus peixes algum espaço, nomeadamente sempre que os respectivos climas o permitam.

Quem tem área suficiente ou quem, com alguma criatividade, consegue obter alguma extensão extra, pode usar todo o tipo de artefactos, desde as vulgares “ piscinas “ de lona para crianças, à venda em qualquer hipermercado ou loja da especialidade, passando pelos lagos de jardim decorativos ou até mesmo as piscinas biológicas.

As piscinas biológicas, como se sabe são lagos ornamentais de jardim que tentam imitar a natureza, construídos de forma a que os seres humanos possam banharem-se e nadarem sem qualquer risco para a sua saúde. 

Geralmente são montadas de forma a conciliarem as características das piscinas de lazer com a recriação de um biótipo natural.

Há também quem se limite a escavar um buraco rectangular com as medidas desejadas e a impermeabilizá-lo através de um simples plástico PVC ou outro tipo de material vulgarmente utilizado em lagos de jardim ou piscinas.

Acima da latitude 37º Norte ou abaixo da latitude 37º Sul, é difícil encontrarem-se climas que permitam a manutenção da esmagadora maioria dos Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos todo o ano ao ar livre, contudo algumas raras espécies mais resistentes ao frio podem ser conservadas sem problemas no exterior a essas latitudes ou até noutras mais elevadas.

Na Europa e na América do Norte, existem mesmo produtores dedicados às variedades ornamentais de aquário que usam contentores ou mesmo tanques com cerca de 2.500 litros de capacidade em estufas para manterem estas espécies todo o ano.

Há casos de aquariofilistas que usam também reservatórios num sótão bem iluminado ou num recanto de uma garagem com janelas, exactamente para o mesmo efeito. Como alternativa também se usa muitas vezes um pequeno lago improvisado numa pequena piscina de lona com reforço, com capacidades que rondam os 1.000 litros ( 1.90 m x 1.27 m x 0.45 m ), aí se mantendo os peixes durante vários meses por ano. 

Quem usa este tipo de estratégia apercebe-se da prolificidade de algumas espécies e passa a aceitar de outra forma os epítetos dados comunmente a certas espécies como “ peixe milhão “ e outros do género.

Independentemente da fecundidade ou das dimensões atingidas pelos indivíduos conservados nestas circunstâncias é sem dúvida ao nível do vigor, da saúde ou dos comportamentos presenciáveis que se realiza o verdadeiro benefício desta prática, sem dúvida uma realidade à parte tendo como termo de comparação o meio restrito que é o aquário. 

De facto não há “ fish room “ ( sala de peixes ), cheia com os maiores aquários, que se compare a um pequeno lago, nomeadamente se este for ao ar livre num jardim.

Nos climas mais frios, há mesmo firmas exportadoras que se dedicam à reprodução dos seus peixes aproveitando para esse efeito a época em que é possível a sua manutenção no exterior ou na estufa de acordo com os respectivos climas.

Os criadores amadores que colocam os seus peixes no exterior e estão sujeitos a Invernos excessivamente frios para estas espécies, seleccionam no final da época de reprodução as matrizes de reprodutores para o ano seguinte, escolhendo uma elite entre os elementos mais promissores dos seus vastos estoques. Nessa altura os eleitos são recolhidas em aquários para passarem os meses em que as temperaturas lhes são desfavoráveis. Os restantes indivíduos de várias idades são dados aos amigos ou enviados para as lojas a fim de reaverem os eventuais respectivos encargos financeiros ou são simplesmente distribuídos pelos sócios de algum clube local a que pertençam.

Esta estratégia deve ser devidamente gerida tendo em consideração o tempo de intervalo entre duas estações de reprodução, nomeadamente quando falamos de espécies de ciclo contínuo de multiplicação e muito em particular aquelas que apresentem longevidade muito curta. Exceptuando estes últimos casos, a estratégia em causa é até a mais lógica e irrepreensível quando se está a lidar com as espécies de ciclo reprodutivo sazonal ou com as que necessitam de temperaturas mais baixas no Inverno. Algumas carpas dentadas vivíparas e ovovivíparas peixes necessitam de serem submetidas a uma estação de temperaturas baixas para puderem gozar de boa saúde e manterem a fertilidade.

Quem proporcionar aos seus peixes alguns meses de estadia no exterior, deve-se preparar para eventualmente encontrar, no final da época de estio, exemplares muito maiores do que o habitual para os que são mantidos em aquário.

Mas como nem tudo são vantagens, há que prever os problemas mais comuns e específicos da manutenção de peixes no exterior, caso não se utilizem para o efeito estufas ou outras instalações.

Convêm ter em consideração e respeitar todas as medidas de segurança, nomeadamente ao construírem-se os lugares onde os peixes serão colocados, ( particularmente se for um local frequentado pelas crianças ).

No caso dos lagos ao ar livre, há que pensar nas hipotéticas ameaças à integridade dos próprios peixes, designadamente a contaminação da água ou as baixas causadas por predadores ( gatos domésticos, ratos de água, batráquios, aves, cobras, insectos aquáticos, e muitos outros ).

Os espaços destinados à manutenção e reprodução de Cyprinodontiformes vivíparos e ovovivíparos não necessitam de ter mais do que 50 centímetros de profundidade. Se por um lado esta redução da profundidade nos permite aumentar a superfície disponível e constitui uma altura segura até para crianças pequenas, uma das suas maiores desvantagens é a sua vulnerabilidade às alterações de temperatura e amplitudes térmicas.

Independentemente da espécie que aí vai ser colocada convém não esquecer algumas regras básicas, a saber :


a) Se for colocada mais do que uma espécie no mesmo local, é imprescindível nunca juntar peixes do mesmo género, para dessa forma evitarmos eventuais cruzamentos.

Também há que evitar os já referidos “ eficazes “ predadores de crias, ( das suas próprias e de outras espécies ).


b) Pelo menos 35% do espaço deve ser exuberantemente plantado com plantas subaquáticas, podendo ainda serem adicionadas espécies aquáticas flutuantes no espaço restante.


c) Como é difícil alterar quimicamente alguns milhares de litros de água em simultâneo, convém utilizar apenas espécies adaptadas ou tolerantes em relação às características químicas da água que vai ser utilizada para encher o recipiente em causa, assim como para as ocasionais renovações desse volume.


d) Alguma sombra não é prejudicial ( ao contrário do sol em pleno durante muitas horas, particularmente no Verão ou nos climas quentes ), contudo as folhas das árvores que caírem à água e que não forem recolhidas podem favorecer alterações químicas prejudiciais, ( para além de todas as consequências resultantes da decomposição de matéria vegetal ).


e) Aves, insectos aquáticos, cobras, anfíbios, morcegos piscívoros, ratos de água e gatos domésticos são os mais frequentes predadores de peixes instalados ao ar livre.

Variedades desenvolvidas em cativeiro não têm defesas, seja pela sua fraca mobilidade, seja pela sua coloração anormalmente visível, ou mesmo pela ausência de instintos de sobrevivência, tornando-se dessa forma um “ petisco “ demasiado fácil de conseguir por todos estes “ inimigos “.

Quando algum predador percebe como é muito mais acessível e simples obter alimento num lago de jardim, torna-se um visitante ou um residente habitual.

Quando tal se verifica, podemos estar perante o fim rápido de uma colónia inteira de peixes colocados no exterior.

Medidas simples podem impedir tais ataques. No caso dos gatos domésticos, por exemplo, basta prever um desnível de 15 cm entre a superfície da água e a margem do lago para o tornar um local seguro para os peixes.


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E depois do parto ?


A reprodução destas espécies, considerada por muitos como fácil, não deixa de ser um acto responsável, pois deve obrigatoriamente implicar a conjuntura específica para as fases que vão desde a fecundação ao parto, passando pela gestação... mas sobretudo ao que vem a seguir.

Após um parto com sucesso, muitos aficcionados não têm a noção de algumas preocupações básicas a considerar, as quais podem inclusivamente ter influência na saúde das progenitoras.

Se algumas espécies evoluíram no sentido de se reproduzirem continuamente noutras há de facto a necessidade de um período de tempo em recuperação após o parto para as fêmeas parturientes, a fim de as mesmas puderem recobrar, caso contrário ao fim de pouco tempo não terão condições para sobreviverem aos nascimentos ou para viverem saudáveis.

Na natureza ou num grande volume de água no cativeiro, estas fêmeas têm possibilidades de seguir o seu rumo após um parto e evitarem uma fertilização subsecutiva. Assim que o seu organismo está recuperado para nova gestação o contacto com machos da espécie é então facilitado.

Num aquário não há escapatórias possíveis pelo que estas espécies aconselham o uso do aquário maternidade, pois essa segregação permite à posteriori a colocação das mães recentes em aquários de recuperação, os quais contêm só fêmeas nas mesmas circunstâncias e crias imaturas.

Por outro lado, no caso das espécies mais vulgares no mercado, nomeadamente as pertencentes aos géneros Poecilia, e Xiphophorus, há que ter em consideração a prolificidade das variedades domésticas.

Estando há muitas gerações adaptadas ao cativeiro, tornaram-se muito menos exigentes do que os seus antepassados pelo que produzem facilmente um grande número de descendentes. Uma fêmea bem desenvolvida de Molinésia-de-Vela-Alta ( Poecilia velifera ) pode dar à luz mais quase duas centenas de crias num único parto, por exemplo.

Para além das preocupações acima descritas com a saúde e crescimento das crias, há que fazer uma gestão equilibrada dos recursos disponíveis e cumprir as regras mais elementares da densidade de povoamento dos aquários. A propósito desta prática podem-se consultar algumas sugestões na secção densidade de povoamento do aquário.

São muito raros os particulares se preocupam com o que fazer aos peixes nascidos em sua casa ou com questões como a endogamia.

É muito vulgar tomarem-se medidas específicas para se reproduzirem estas espécies e algumas delas virem a revelarem-se nessas condições extremamente prolíficas.

Não há nada pior do que não termos condições para acolher tantos exemplares e sermos obrigados a manter aquários superlotados, com as consequências negativas que se advinham em aspectos como o bem-estar dos animais, a sua sanidade e... a calamidade em que se pode transformar um súbito surto de uma doença contagiosa favorecida pelas más condições assim criadas.

No aspecto do desenvolvimento das crias há ainda a considerar também a relação espaço / taxa de crescimento, o qual, em simultâneo com as qualidades da dieta fornecida e quantidades de alimento ministrado, são a diferença entre peixinhos saudáveis ou raquíticos com problemas sérios de saúde.

A terminar e referindo-nos especificamente àqueles casos que obrigam ou aconselham o uso de aquários maternidade, há duas fases distintas a considerar após o parto.

Num primeiro momento que medeia entre o nascimento e entre 10 a 20 dias depois, ( conforme as espécies ), os recém nascidos devem permanecer no aquário onde nasceram, após serem eliminadas as barreiras de protecção e parte da vegetação.

Enquanto existir capacidade para serem mantidos nesse espaço no período de tempo acima descrito, as crias vão sendo acompanhadas e devidamente alimentadas para ganharem peso e sobretudo tamanho, para assim voltarem o mais rápido possível à companhia dos adultos ( nomeadamente se estamos a falar de espécies vorazes com hábitos de canibalismo no seu comportamento natural ).

É muito importante não deixar as crias de uma mesma ninhada todas juntas após os primeiros exemplares iniciarem o processo de maturidade sexual. Esta medida é muito importante para se evitarem ao máximo as possibilidades de acasalamento entre irmãos, o que seria o caminho mais directo para problemas de endogamia a curto prazo.

Sempre que existirem condições de espaço disponível, as crias do mesmo sexo devem ser colocados com crias do sexo oposto de outros progenitores ou mesmo junto de adultos o menos aparentados possível consigo.

Reconhecidamente estes cuidados não estão infelizmente ao alcance da maioria, ( particularmente por contingências de falta de espaço ), mas não há melhor estratégia nesse sentido do que a cooperação entre várias pessoas que possuam a mesma necessidade e todas elas estejam condicionadas pela impossibilidade de seguir estes conselhos apenas com as suas circunstâncias imediatas.

Assim que os novos membros possam ser integrados na sua comunidade de adultos devem juntar-se aos seus semelhantes.

Entretanto os jovens devem ter passado por um aquário maior destinado ao seu crescimento sadio numa conjuntura adequada de espaço e higiene.


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